domingo, 8 de julho de 2007
Uma vez, num certo dia...
Um menino de rua passou pela porta de uma escola, e ouviu a professora ensinar para as crianças que para cativar as pessoas,
tem que ser interessante e alegre.
Apartir desse dia, o menino virou plástico.
Dora
Estava perdida.
Dora sempre se sente perdida em supermercados e mercadinhos.
Perdida entre os produtos.
Procurou o pacote de bombril.
Estava com dois reais. Sua tia mandou pegar com o troco, 1 kg de sal e o resto de cebolas branquinhas.
Perdida, porém com o auxilio do atendente, conseguiu achar o tal bombril.
Com as contas pagas, sempre com um ar blasé.
Não era somente porque estava com uma dor de cabeça imbecil e lancinante, que fazia ela fechar os olhos, como que se estivesse morta.
Uma morta em pé.
"Senhora. Seu troco."
Nada de cebolas branquinhas, pó de mico e sal.
O troco só deu para um cigarro vagabundo, companheiro das pessoas tristes.
Porque fumar é um ato solitário.
Chorar em casa e enxugar as lagrimas com bombril.
Valter do humor negro.
Um dia, quando tudo estiver esparso.
quando o dia, que já fora quente e abatido
e a noite, fria e cauculista.
Eu vou estar em frente ao meu computador.
World em branco.
Quem sabe.
Talvez apenas, em um singelo papel.
Um outro.
Não na minha puta.
Essa já estará detonada de palavras.
Uma coisa qualquer, sem espaço pra mim.
Estaria numa rede, talvez. Fumando um cigarrinho proibido.
O peso...
O pé, com o auxilio do chão, balaçando o corpo para lá e para cá...
Ou, num quarto cheio de artes.
Escreverei.
Escreverei a saudade que sentirei mais tarde.
do homem que me disse bêbado.
"A minha vontade é de tomar tudo e esperar o corpo explodir."
Ele que me falou sem nenhuma pretenção de poesia.
O Sonho
Is sex work real work?
Sugar açucar
Enquanto eu fumo um cigarro alheio, e tomo café, eu leio:
Sugar açucar Sugar açucar Sugar açucar...
Só agora eu sei porque a flauta desafinou e o refrigerante tinha gosto de açucar torrado.
sábado, 7 de julho de 2007
Message to love
A mulher de preto e olhar enegrecido, ruiva até a ponta, fala inglês o tempo inteiro e tem um pircing na xana.
Caminha por caminhos traçados por um all star com um longo cano negro, com tachinhas taxativas de metal.
Tirou a blusa preta mal acabada, e ficou nua, no meio da rua, e pior, no meio dos homens com galas acumuladas. Enxugou o suor do rosto com a camiseta.
"Cachaça da desgraça! calor dos infernos!"
Me lembrou tanto a menina do Message to love, e eu só quero a rebarba dela, que me trouxe a lembrança que estava parada na mente de Gabo, que riu, que riu debochadamente quando seus amigos morcegonhos anarcos-alguma-desgraça-lá_envergonhados por ela_ esconderam o seu busto bom, e a sua cintura com pêlos aloirados.
Eu, com a minha face oleosa, duvidava.
A mulher já vestida de negro é um rebu, desajusta a cena e beija todos os homens, sobe em mesa e quebra copos, e dança. balbucia poemas.
Todos querem ser grunges, playmobil_todos em conjuntos, disputando colorização capilar, qual cabelo é mais vermelho?
Rock in Cadeia.
Os anarcos-alguma-desgraça-lá disputam com os seguranças do inferno atitude.
E nesse momento eu prefiro a mulher vestida de negro, tão desajustada e só.
Bêbada. Tomou chá de cogumelo e vomitou a flora intestinal.
E eu ainda não sei por que ela me lembra tanto o Message to love...
Um recado.
"Aqui é o Geová, agora não posso atender, deixe o seu recado após o bip."
Biiiiiiip.
"Oi pai, eu só liguei para dizer que não quero morrer nesse inverno não. Prefiro bem mais a primavera com as suas flores ricas."
Errrrr
Numa dessas caronas para Florença, um certo diálogo com o meu irmão:
-Bicho, estou chateado.
-O que houve?
-Você sabe a minha paixão por Ivete Sangalo né? Adoro aquela mulher! Quer dizer, adorava, adorava. Porque já foi, não gosto mais dela não!
-Ué. Por que?
-Um amigo meu disse que ela é viciada em cocaína. Olha só que absurdo!
-E isso lá é motivo para deixar de gostar de uma pessoa?
-Pra mim é!
-Ta. E se você tivesse um amigo viciado, você deixaria de ser amigo dele só porque ele cheira mal?
-É claro!
-E se você estivesse dando uma carona para um viciado em pó?
-Eu pararia o carro, e o deixaria na estrada.
-Então pode parar. Eu vou descer.
Caso de poesia.
Joãozinho escreveu:
"Iris.
Eu sou a Iris dos teus olhos."
Caso de poesia.
Camisa de força, por necessidade.
I Wanna be.
Eu queria ser como a musica que ela ouve quando está triste.
Eu queria ser o sono do seu bocejo.
O bálsamo do seu cansaço.
Eu queria ser o que faz ela pensar que eu não gosto dela.
Eu queria ser impiedoso.
Impiedoso como o sono de criança.
As outras
-Olha seu juíz, eu quero a separação!
-Eu também quero seu juíz!
-Mas o que houve?
-Esse homem me acusa de traição, mas na verdade, quem me traiu mesmo foi ele. E com várias!
-Eu?! Não! É mentira dela seu juíz!
-Boca dura... E lhe digo mais! Lhe digo todos os nomes das fulaninhas, se o senhor quiser. Olhe seu juíz; Lorena da farmácia, Arminda do mercadinho, Ana Rita costureira, Mariana vagabunda... Bem, essa aí então, ele ficou com mais constância.
-Não! Aí não! Eu posso ter ficado com todas essas mulheres aí, eu assumo! Mas essa tal de Constância eu não peguei não!
-Imbecil.
-Eu também quero seu juíz!
-Mas o que houve?
-Esse homem me acusa de traição, mas na verdade, quem me traiu mesmo foi ele. E com várias!
-Eu?! Não! É mentira dela seu juíz!
-Boca dura... E lhe digo mais! Lhe digo todos os nomes das fulaninhas, se o senhor quiser. Olhe seu juíz; Lorena da farmácia, Arminda do mercadinho, Ana Rita costureira, Mariana vagabunda... Bem, essa aí então, ele ficou com mais constância.
-Não! Aí não! Eu posso ter ficado com todas essas mulheres aí, eu assumo! Mas essa tal de Constância eu não peguei não!
-Imbecil.
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